FORMAÇÃO

CULTURA DE PAZ, DIREITOS E MEIO AMBIENTE


Dom Oscar Romero: O Santo, Mártir e Profeta de Deus

“Três coisas admiramos e agradecemos no episcopado de Dom A. Romero: foi, em primeiro lugar, anunciador da fé e mestre da verdade. Foi, em segundo lugar, um resoluto defensor da justiça. E em terceiro lugar, foi o amigo, o irmão, o defensor dos pobres e oprimidos, dos camponeses, dos operários, dos que vivem nos bairros marginalizados”.
(Dom Samuel Ruiz Garcia – Bispo emérito de San Cristobal de Las Casas, Chiapas – México).
  
Ao celebrarmos os trinta e três anos do testemunho de vida de Dom Oscar Romero, lembramos antes de tudo a sua escolha pelo Evangelho como vida, e assim como Jesus, a sua preferência pelos pobres e oprimidos.
      Dom Oscar Romero, Arcebispo de El Salvador, foi um grande lutador dos direitos humanos na América Latina. Um homem que, ao escolher defender a causa de tantos oprimidos, teve como recompensa o mesmo destino: perseguição e morte. Tal sorte já esperada, pois por acreditar num Jesus que sentia a compaixão de seu povo, soube honrar o seu compromisso como cristão.
Neste sentido, ao perceber os empobrecidos serem brutalmente assassinados, releu o Evangelho de Jesus e arriscou-se no caminho da liberdade, doando a sua própria vida para não ficar indiferente aos apelos do seu povo. Por isso, mesmo em meio à cruel ditadura militar salvadorenha, Dom Oscar Romero assumiu a profecia, despojando-se do medo e denunciando a tortura sangrenta.      
      O mais interessante disso tudo, é que Dom Oscar se doou de uma forma tão intensa que acabou surpreendendo não somente os militares, como também os irmãos bispos e o Papa, isto porque nenhum destes esperava que ele fosse compartilhar com tanta intensidade o sofrimento dos empobrecidos.
    Mas Dom Romero continuou surpreendendo, e incomodando também, e incomodou tanto que os militares denunciaram-lhe ao Papa, que lhe recomendou que fosse prudente no conflito com os militares. Ele, porém, continuava a cada dia ao lado do povo. Para ele, a Igreja deveria estar voltada totalmente para a conquista da liberdade do povo de Deus, e esta liberdade tão difundida por Cristo no evangelho o fascinou a tal ponto de Dom Oscar optar por seguir os mesmos passos do Cristo, e assim suas denuncias eram diretas, corajosas, ditas em alto e bom som e sem esconder nomes.
      A opção de Dom Oscar, agradava o povo, e dava-lhe voz e vez, e isto começou a incomodar, assim como ocorre ainda hoje com muitos que optam por defender a JUSTIÇA e a VERDADE, e assim, no dia 23 de março de 1980, durante uma Missa, no altar do Senhor, Dom Oscar Romero foi assassinado a tiros. Morreu no altar, na celebração do Ministério Pascal. Morreu lutando POR e COM o seu povo, deixando sem duvidas a certeza de ter sido um eximo seguidor do evangelho, e um fiel discípulo do Cristo Ressuscitado.
    Tombou nos deixando uma lição: A de não sermos coniventes com a injustiça. Ressuscitou nos deixando uma certeza: Aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á? E quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á (Mateus 16,25).

Por JUPAZ de Balsas


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30 de janeiro é o dia de Gandhi, mestre da não violência.


Gandhi compreendeu que o mundo contemporâneo caminha para um obvio: o amor ou a destruição. Ele confirmou a possibilidade de uma sociedade nova, mas condicionou sua vida à renovação interior do homem. E atuou neste sentido em seu vastíssimo e multiforme empenho,convencido de que um homem, mesmo só, com o tempo, pode mudar o mundo.
Era o único, em campo civil, anunciando e repetindo, com incansável perseverança, e numa época de sofrimento, as verdades básicas da salvação: verdades "antigas como as montanhas", mas sempre carregadas de formidável poder revolucionário.
Antes, e mais que liberdade política da Índia, preocupava-o a liberdade interior do homem, entendida como libertação do egoísmo, da avareza, do ódio, do medo, de todas as paixões que reduzem o espírito dos homens à escravidão e conduzem os povos a sangrentas lutas.
DECÁLOGO PARA UMA ESPIRITUALIDADE DA NÃO-VIOLÊNCIA
* Aprender a reconhecer e a respeitar “o sagrado” (“aquilo que é Deus”) em cada pessoa, nós incluídos, e em cada parcela da criação. Os atos da pessoa não violenta ajudam a libertar este “divino” no nosso opositor, tirando-o da obscuridade e do cativeiro.
* Aceitar-me a mim mesmo em profundidade, “quem sou eu”, como todos os meus dotes e riquezas, com todas as minhas limitações, os meus erros, as milhas falhas e as minhas fraquezas; e reconhecer que sou aceito por Deus. Viver na verdade de mim mesmo, sem orgulho em excesso, com menos desilusões e com menos falsas expectativas.
* Reconhecer que aquilo de que me ressinto e até detesto noutra pessoa, vem da dificuldade de admitir que esta mesma realidade também viveem mim. Reconhecere começar a renunciar à minha própria violência, que se torna evidente quando começo a observar minhas palavras, os meus gestos e as minhas reações.
* Renunciar ao dualismo, à mentalidade “nós-eles” (maniqueísmo). Isto divide-nos em “gente boa-gente má” e leva-nos a demonizar o adversário. Também é a raiz do autoritarismo e do comportamento de exclusão. Provoca o racismo e possibilita o conflito e até a guerra.
* Encarar o medo e tratá-lo com amor, não apenas com coragem.
* Entender e aceitar o fato de que a “Nova Criação”, a edificação da “Comunidade Bem Amada” só pode avançar com outros, porque nunca é uma atuação individualista. Isto requer paciência e capacidade para perdoar.
* Ver a nós mesmos como parte integrante de toda a criação, em favor da qual promovemos um relacionamento de amor e não de dominação, recordando que a destruição do nosso planeta é um problema profundamente espiritual e não simplesmente um problema científico ou tecnológico. Somo um só.
* Estarmos prontos a sofrer, até mesmo com alegria, ao sabermos que estamos ajudando a libertar o divino que existe nos outros. Isto inclui a aceitação do nosso lugar e momento na história, com os seus traumas e as suas ambiguidades.
* Ter a capacidade para a celebração, para a alegria, quando a presença de Deus já tiver sido aceita e, quando não o tiver, ajudar a descobrir e reconhecer esse fato.
* Abrandar a marcha, ser paciente, plantando sementes de amor e perdão nos nossos próprios corações e à nossa volta. Pouco a pouco, cresceremos no amor, na compaixão e na capacidade de perdoar.

Por JUPAZ de São Luís

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