CULTURA DE PAZ, DIREITOS E MEIO AMBIENTE
Dom Oscar Romero: O Santo, Mártir e Profeta de Deus
“Três coisas admiramos e agradecemos no episcopado de Dom A. Romero: foi, em primeiro lugar, anunciador da fé e mestre da verdade. Foi, em segundo lugar, um resoluto defensor da justiça. E em terceiro lugar, foi o amigo, o irmão, o defensor dos pobres e oprimidos, dos camponeses, dos operários, dos que vivem nos bairros marginalizados”.
30 de janeiro é o dia de Gandhi, mestre da não violência.
Dom Oscar Romero: O Santo, Mártir e Profeta de Deus
“Três coisas admiramos e agradecemos no episcopado de Dom A. Romero: foi, em primeiro lugar, anunciador da fé e mestre da verdade. Foi, em segundo lugar, um resoluto defensor da justiça. E em terceiro lugar, foi o amigo, o irmão, o defensor dos pobres e oprimidos, dos camponeses, dos operários, dos que vivem nos bairros marginalizados”.
(Dom
Samuel Ruiz Garcia – Bispo emérito de San Cristobal de Las Casas, Chiapas –
México).
Ao celebrarmos os trinta e três anos do testemunho
de vida de Dom Oscar Romero, lembramos antes de tudo a sua escolha pelo
Evangelho como vida, e assim como Jesus, a sua preferência pelos pobres e
oprimidos.
Dom Oscar Romero, Arcebispo de El Salvador, foi um grande lutador dos direitos
humanos na América Latina. Um homem que, ao escolher defender a causa de tantos
oprimidos, teve como recompensa o mesmo destino: perseguição e morte. Tal sorte
já esperada, pois por acreditar num Jesus que sentia a compaixão de seu povo,
soube honrar o seu compromisso como cristão.
Neste sentido, ao perceber os empobrecidos serem brutalmente
assassinados, releu o Evangelho de Jesus e arriscou-se no caminho da liberdade,
doando a sua própria vida para não ficar indiferente aos apelos do seu povo.
Por isso, mesmo em meio à cruel ditadura militar salvadorenha, Dom Oscar Romero
assumiu a profecia, despojando-se do medo e denunciando a tortura
sangrenta.
O mais interessante disso tudo, é que Dom Oscar
se doou de uma forma tão intensa que acabou surpreendendo não somente os
militares, como também os irmãos bispos e o Papa, isto porque nenhum destes
esperava que ele fosse compartilhar com tanta intensidade o sofrimento dos
empobrecidos.
Mas Dom Romero continuou surpreendendo, e incomodando também, e incomodou tanto
que os militares denunciaram-lhe ao Papa, que lhe recomendou que fosse prudente
no conflito com os militares. Ele, porém, continuava a cada dia ao lado do
povo. Para ele, a Igreja deveria estar voltada totalmente para a conquista da
liberdade do povo de Deus, e esta liberdade tão difundida por Cristo no
evangelho o fascinou a tal ponto de Dom Oscar optar por seguir os mesmos passos
do Cristo, e assim suas denuncias eram diretas, corajosas, ditas em alto e bom
som e sem esconder nomes.
A opção de Dom Oscar, agradava o povo, e dava-lhe voz e vez, e isto começou a
incomodar, assim como ocorre ainda hoje com muitos que optam por defender a
JUSTIÇA e a VERDADE, e assim, no dia 23 de março de 1980, durante uma Missa, no
altar do Senhor, Dom Oscar Romero foi assassinado a tiros. Morreu no altar, na
celebração do Ministério Pascal. Morreu lutando POR e COM o seu povo, deixando
sem duvidas a certeza de ter sido um eximo seguidor do evangelho, e um fiel
discípulo do Cristo Ressuscitado.
Tombou nos deixando uma lição: A de não sermos
coniventes com a injustiça. Ressuscitou nos deixando uma certeza: Aquele que quiser salvar a sua vida
perdê-la-á? E quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á (Mateus 16,25).
Por JUPAZ de Balsas
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30 de janeiro é o dia de Gandhi, mestre da não violência.
Gandhi compreendeu que o mundo contemporâneo caminha para um obvio: o
amor ou a destruição. Ele confirmou a possibilidade de uma sociedade nova, mas
condicionou sua vida à renovação interior do homem. E atuou neste sentido em
seu vastíssimo e multiforme empenho,convencido de que um homem, mesmo só, com o
tempo, pode mudar o mundo.
Era o único, em campo civil, anunciando e repetindo, com incansável
perseverança, e numa época de sofrimento, as verdades básicas da salvação:
verdades "antigas como as montanhas", mas sempre carregadas de
formidável poder revolucionário.
Antes, e mais que liberdade política da Índia,
preocupava-o a liberdade interior do homem, entendida como libertação do
egoísmo, da avareza, do ódio, do medo, de todas as paixões que reduzem o
espírito dos homens à escravidão e conduzem os povos a sangrentas lutas.
DECÁLOGO PARA UMA ESPIRITUALIDADE DA
NÃO-VIOLÊNCIA
* Aprender a reconhecer e a respeitar “o sagrado”
(“aquilo que é Deus”) em cada pessoa, nós incluídos, e em cada parcela da
criação. Os atos da pessoa não violenta ajudam a libertar este “divino” no
nosso opositor, tirando-o da obscuridade e do cativeiro.
* Aceitar-me a mim mesmo em profundidade, “quem
sou eu”, como todos os meus dotes e riquezas, com todas as minhas limitações,
os meus erros, as milhas falhas e as minhas fraquezas; e reconhecer que sou
aceito por Deus. Viver na verdade de mim mesmo, sem orgulho em excesso, com
menos desilusões e com menos falsas expectativas.
* Reconhecer que aquilo de que me ressinto e até
detesto noutra pessoa, vem da dificuldade de admitir que esta mesma realidade
também viveem mim. Reconhecere começar a renunciar à minha própria violência,
que se torna evidente quando começo a observar minhas palavras, os meus gestos
e as minhas reações.
* Renunciar ao dualismo, à mentalidade “nós-eles”
(maniqueísmo). Isto divide-nos em “gente boa-gente má” e leva-nos a demonizar o
adversário. Também é a raiz do autoritarismo e do comportamento de exclusão.
Provoca o racismo e possibilita o conflito e até a guerra.
* Encarar o medo e tratá-lo com amor, não apenas
com coragem.
* Entender e aceitar o fato de que a “Nova
Criação”, a edificação da “Comunidade Bem Amada” só pode avançar com outros,
porque nunca é uma atuação individualista. Isto requer paciência e capacidade
para perdoar.
* Ver a nós mesmos como parte integrante de toda
a criação, em favor da qual promovemos um relacionamento de amor e não de
dominação, recordando que a destruição do nosso planeta é um problema
profundamente espiritual e não simplesmente um problema científico ou
tecnológico. Somo um só.
* Estarmos prontos a sofrer, até mesmo com
alegria, ao sabermos que estamos ajudando a libertar o divino que existe nos
outros. Isto inclui a aceitação do nosso lugar e momento na história, com os
seus traumas e as suas ambiguidades.
* Ter a capacidade para a celebração, para a
alegria, quando a presença de Deus já tiver sido aceita e, quando não o tiver,
ajudar a descobrir e reconhecer esse fato.
* Abrandar a marcha, ser paciente, plantando
sementes de amor e perdão nos nossos próprios corações e à nossa volta. Pouco a
pouco, cresceremos no amor, na compaixão e na capacidade de perdoar.
Por JUPAZ de São Luís
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